Bem Vindos à Sapologia

A Sapologia é um blog feito aos amantes da herpetologia, focado especialmente nos anfíbios, porém sem esquecer dos lagatos, das cobras, e tudo aquilo ao que os herpetólogos amam.

Sei que é difícil explicar o carinho e o respeito por estes animais: são poucos os que compreendem a curiosidade intrínseca, ou científica (ou ambos), daqueles que são verdadeiros aficcionados por estes tetrápodes de sangue frio.

Gostaria de salientar que todas as informações que apresento na Sapologia são produto, especialmente, de estudo através de livros técnicos-científicos (os quais estão listados no gadget "Livros Científicos para Consultas Herpetológicas"). Também lanço mão de artigos científicos publicados, artigos de revistas e jornais de acesso ao grande público não-acadêmico, e sites como, por exemplo, Amphibian Especies of the World (http://www.research.amnh.org/herpetology), International Union for Conservation of Nature and Natural Resources (http://www.iucnredlist.org/amphibians) e Conservation International (http://www.conservation.org/Pages/default.aspx), sendo que quando utilizados como fonte, o fato é notificado ao final do post.

Sejam todos bem vindos !
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Crocodylus niloticus

A Herpetoteca - Os Parentes e os Amigos

Na seção "Herpetoteca" vou apresentar, em posts, algumas das espécies descobertas pela herpetologia, e algumas curiosidades, eventualmente, sobre as espécies aqui apresentadas. Para facilitar as consultas, usarei como etiquetas nos posts, a família, o gênero e o nome da espécie, desta forma todos poderemos nos guiar pelo gadget "Assuntos do Brejo", logo abaixo do "CineHerpeto".

17 de maio de 2009

Citridiomicose, o Pesadelo Anfíbio - Parte I

Atelopus zeteki - O sapo-dourado panamenho. Foi extinto na natureza pela doença 'citridiomicose'. Felizmente, esta espécie está mantida em tarrários, com a finalidade de reintroduzir a espécie (dos males, o menor).

A doença possui vários nomes (citrídio anfíbio, fungo citrídio, ou citridiomicose), mas é causada por um mesmo fungo, o Batrachochytrium dendrobatidis, um fungo zoospórico citrídio não-hifal.

É uma das principais causas do declínio populacional que abate as populações de anfíbios por todo o mundo, e já causou a extinção de espécies inteiras pela América do Norte, Central, do Sul, Ausrália oriental e Caribe. Pode estar afetando pelo menos 30% de todas as 6.300 espécies de anfíbios, causando desde morte esporádica até 100% de mortaidade dependendo da população hospedeira.
Atualmente não se conhece um controle efetivo para a doença no ambiente natural.

A doença pode causar excesso de descamamento da epiderme, acúmulo de fragmentos mortos da derme, pequenas e eventuais úlceras e hemorragias, e enrrugamento anormal da derme. Também causa alterações no comportamento , como letargia, perda parcial ou total de reflexo, e freqüênte assumo de posturas anomais, como manter as pernas trazeiras afastadas do corpo quando em postura de descanso.

Sapo Neozelandês morto pelo ataque do fungo

Felizmente, estudos mostram que algumas populações resistem à infecção pelo patógeno, algumas sobrevivendo quando expostas à doença, e outras podem portar formas não-patogênicas do fungo.


- CONTINUA -

10 de maio de 2009

Madagáscar, 160 milhões de anos depois

Boophis aff. elenae - uma das novas espécies encontradas na endêmica Madagáscar

A ilha de Madagáscar, a quarta maior ilha do mundo, se separou da África a aproximadamente 160mi de anos, resultando numa fauna única no planeta. Mais de 80% da fauna de mamíferos em Madagáscar só pode ser encontrada ali, e somente uma das 217 espécies de amphíbios, anteriormente conhecidos da ilha, pode ser encontrada em outro lugar senão em Madagáscar. Estes fatos somados ao longo histórico de devastação os quais marcam as florestas tropicais da ilha, a colocam como um dos maiores hotspots mundiais (juntamente com o Cerrado, a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica).

Em maio, foi publicado no jornal "Proceedings of the National Academy of Sciences", pela CSIC espanhola, que entre 129 e 221 novas espécies de sapos foram descobertas na ilha de Madagáscar, sendo que quase um quarto das espécies descobertas ainda não foram encontradas em áreas não-preservadas, o que mostra a vívida necessidade da criação de mais áreas para a conservação da vida silvestre nesta ilha; servindo também para conjecturações sobre o verdadeiro estado da conservação deste tipo no mundo, já que a qualidade da consevação da ilha era considerada pelo menos razoável.

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Sapos caseiros, infelizmente


Rhinoderma darwinii: Não-visto desde 1980 na natureza, aqui sendo alimentado em terrário, Universidad de Concepcion, Chile


O Zoológico de Leipzig, Alemanha, e outras identidades, estão unindo forças desde 2007 para a preservação da vida anfíbia, em um projeto batizado de "Amphibian Ark" (da língua inglesa 'Arca Anfíbia'). A crise se deve a um fungo que ataca principalmente os sapos. Devido a este fungo , e a outros fatores como fragmentação e destruição de hábitat, e especialmente no caso dos anfíbios, à poluição, quase a metade das aproximadamente 6.000 espécies de anfíbios do mundo podem estar em risco de extinção. Em colaboração do Zoo de Leipzig, a Universidade de Concepcion, Chile, está criando sapos em terrários, como Rhinoderma darwinii, mostrado acima, o qual não é visto na natureza desde a década de 1980.

Fonte parcial: http://www.guardian.co.uk/environment/gallery/2009/may/08/week-in-wildlife?picture=347081013

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8 de maio de 2009

Mabuya nigropunctata

- Seção Herpetoteca -


Esta espécie, pertencente à sub-família Lygosominae, pode ser encontrada por toda a Floresta Amazônica, até o sul do Estado de Mato Grosso do Sul, e em alguns locais da Mata Atlântica.
Tem como componentes de sua dieta invertebrados, outros lagartos e ovos de pequenas aves, sendo, pois, uma dieta muito generalizada. Desta forma, sobrevive em locais altamente perturbados e antropizados, podendo ser encontrado até mesmo em locais arborizados de algumas cidades.
É um lagarto heliotérmico, pois permanece em locais abertos dentro da mata (como clareiras, bordas de fragmentos, no dossel e mesmo no sub-bosque, quando este possui uma alta incidência solar) para se aquecer sob o sol.
É vivíparo (i.e. mantém seus embriões em desenvolvimento dentro de si, até que estes embriões tenham sua formação como juvenil completa), podendo manter de 2 a 9 embriões por "gestação".
Informações obtidas, principalmente, pelo Guia de Lagartos da Reserva Adolfo Ducke - Amazônia Central

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1 de maio de 2009

Osteocephalus oophagus

- Seção Herpetoteca -


Esta espécie de perereca ocorre no Estado do Amazonas, noroeste do Pará, Guiana Francesa e Colômbia, sendo encontrada no sub-bosque, pois seus girinos se desenvolvem na água que se acumula nas plantas epífitas, especialmente em bromélias. A fêmea retorna a cada 5 dias, aproximadamente, à área de reprodução do macho, e copula novamente com este, depositando seus novos ovos juntos com aqueles mais antigos, resultantes da primeira cópula. Desta forma, os girinos da primeira desova emergem dos ovos antes daqueles que fazem parte das desovas subseqüentes, se alimentando dos ovos (a este fato se deve o seu epíteto: oophagus - "comedor de ovos"). Não é uma espécie comum, porém, aparentemente, não possui nenhum fator que demonstre se há declínio populacional. Seu tamanho varia de 4cm (macho) até 6cm (fêmea), aproximadamente.
Informações obtidas pelo IUCN-RedList (http://www.iucnredlist.org/details/29408) e pelo
Guia de Sapos da Reserva Adolpho Ducke
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Noblella pygmaea

- Seção Herpetoteca -



Esta espécie da região mais ao sul do Peru foi descrita na edição de fevereiro da revista científica Copeia, deste ano. Minúscula ( 11,4 mm ! ), pertence á família Strabomantidae.

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Oxyrhopus petola